domingo, 19 de dezembro de 2010

Dia 18 de dezembro,  fizemos uma manifestação artístico cultural no centro da cidade.
O objetivo foi o de sensibilizar a população da importância de um Fundo Municipal de Arte e Cultura (FMAC) para a cidade e, com isso, captar 5.000 assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular.
A Manifestação Cultural que estava programada foi moderada por autoridades policiais que impediram a utilização do equipamento de som, desligando a energia elétrica. 
Com a restrição ao uso do som, foram improvisadas cantigas de roda, repentes e, com muito humor e criatividade, recolheram um bom número de assinaturas.

Produção: Marcelo Magano

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Um Avanço - Conselheiro da FCCR opina sobre o Movimento


A Carta Manifesto Artístico Cultural entregue ao Presidente da FCCR em 24 de novembro de 2010.
Todos os conselheiros tiveram acesso a esse documento e, através de um dos integrantes, o sr. Paulo Fernandes, iniciou-se algo que aponta para uma possibilidade de que possamos, finalmente, sermos ouvidos e atendidos em nossas demandas.
Abaixo, a íntegra do e-mail que o conselheiro Paulo Fernandes encaminha para os demais conselheiros:
De: Paulo Fernandes
Enviada em: quarta-feira, 1 de dezembro de 2010 00:23
Para: (os nomes e endereços eletrônicos foram retirados)
Assunto: Manifesto Artístico Cultural 
Caros Conselheiros
Na última reunião  deste Conselho, recebemos uma carta MANIFESTO ARTÍSTICO E CULTURAL que foi distribuida pelo Sr.Mario.
Creio que todos tiveram a oportunidade de ler o documento e refletir sobre o assunto e as posições colocadas pelos artistas.
Infelizmente não tivemos a oportunidade de ouvir suas razões e reivindicações. Mas avaliando o documento recebido, vemos que:
1 – A carta representa o manifesto de artistas, gestores de instituições, representantes de Ponto de Cultura, produtores de arte, etc
2 – Entendem que a FCCR é responsável pela gestão da política cultural em SJCampos
3 – Pedem uma relação mais participativa com a FCCR, mais possibilidades de ouvir e conversar com os representantes dos diversos segmentos representados no Conselho
4 – Pedem transparência e visibilidade quanto ao uso dos recursos administrados pela FCCR
5 – Estabelecer diálogo com a sociedade civil interessada, promovendo rodas de debates, discussões temáticas, interação com este Conselho
6 – Manutenção de diálogo aberto, favorecendo o diálogo aberto entre a gestão da FCCR e a comunidade
7 – Propõe mudança na representatividade do Conselho, assunto que coincidentemente discutimos na última reunião
8 – Propõe a reabertura de espaços artísticos de SJCampos, tais como Vicentino Aranha, Teatrão, Estações de Trem, Teatro Benedito Alves e outros
9 – Incluir a participação de SJCampos no Sistema Nacional de Cultura
10 – Premiar projetos e concursos
11 – Reconhecer e premiar mestres das diversas modalidades e mestres em áreas culturais, incentivando os diversos segmentos
12 – Estimular a criação de u, selo que identifique empresas que investiram em arte na cidade
13 – Investimentos em qualificação de mestres, artistas e pessoal empresarial no movimento artístico
14 – Incentivo e criação de movimentos e eventos em casas de cultura, realizando saraus, eventos, apresentações nas Casas etc.
São tantas boas ideias de pessoas de grande formação artística que não podemos ignorar suas contribuições, que são de qualidade.
Nenhum desses itens conflita com os objetivos deste Conselho, pelo contrário.
Pedem abertura de diálogo, troca de experiências e visões, dentro da civilidade e transparência: me parece justo e bom.
Estamos buscando uma maior integração como os artistas e com a comunidade, e as sugestões recebidas vem alinhadas com nossos objetivos.
Como Conselheiros, estamos nos limitando a aprovação de matérias prontas que nos são encaminhadas para sancionar e justificar, mas pouco estamos fazendo para fomentar as ações de cultura em nossa cidade.
O voto por maioria e unanimidade ofusca a democracia e o espaço da troca de ideias e enriquecimento das possibilidades.
Temos atitude passiva e estamos aprovando candidamente tudo que é levado ao Conselho, quase sempre sem avaliar todas as alternativas, possibilidades e interligações relacionadas.
O manifesto é de boa qualidade e não diverge de nossos propósitos.
Se queremos ter uma postura menos cordata e passiva quanto a expansão das ações culturais em SJCampos, temos a oportunidade de faze-lo nesta atuação na Casa.
Sugiro que os Conselheiros leiam cuidadosamente o documento, extraiam o que de fato nos é pertinente e levem às reuniões as boas propostas.
Sugiro mais, que este Conselho convoque uma reunião para ouvir as propostas e sugestões desses artista. Vamos assumir atitude diligente e levar nossa FCCR para junto do movimento, e não blindada numa sala fechada e isolada.
Reflitam sobre o tema. Leiam cuidadosamente o documento!
Atenciosamente
Paulo Fernandes

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

MANIFESTO ARTÍSTICO E CULTURAL de 24 de novembro de 2010



MANIFESTO ARTÍSTICO E CULTURAL
São José dos Campos/SP
Nós artistas, mestres de tradição oral, fazedores, gestores de instituições sócio-culturais, representantes de Pontos de Cultura estadual e federal, produtores apreciadores de Arte e Cultura de São José dos Campos, vimos solicitar o imediato estabelecimento de um diálogo contínuo e aberto da Fundação Cultural Cassiano Ricardo (F.C.C.R.) com a comunidade, incluindo as diversas instituições artísticas e culturais existentes no município.
Entendemos que a F.C.C.R, sendo o órgão indicado pelo governo municipal como responsável pela gestão da política cultural pública de São José dos Campos, deveria ter uma relação participativa com a comunidade dos artistas, ouvir e conversar mais com representantes dos diversos segmentos e linguagens.
Acreditamos que uma gestão compartilhada gera mais benefícios à comunidade, pois a faz parceira, co-responsável e pertencente, de fato, a história do município.
Há muito tempo a comunidade artística faz críticas a encaminhamentos tomados pela F.C.C.R. sem a necessária consulta à comunidade, justamente pela falta de diálogo.
Por este motivo, neste momento de mudança, de um novo ciclo de gestão, em exercício de cidadania e responsabilidade social, solicitamos ao Exmº Sr. Prefeito Municipal e aos dirigentes da F.C.C.R. medidas urgentes sobre alguns aspectos que consideramos imprescindíveis para um salto qualitativo da Cultura em nossa cidade e para a transparência dos recursos públicos para a área da Cultura.
Entendemos Cultura como toda e qualquer expressão de um povo, garantido pela constituição federal como dever do estado e direito de todo cidadão. Pensamos “Cultura” enquanto “Cultivo” (independente de que venha ser um bom produto de mercado): cultivar os costumes, as linguagens artísticas, os patrimônios materiais e imateriais, as tradições orais, entre outras manifestações culturais que identificam um povo, um território, uma nação.
Para tanto é necessário investimento de recursos públicos nos mais diversos segmentos e expressões, num mesmo patamar de respeito e dignidade, sem protecionismo de classe, etnia, crença e sem nenhum tipo de preconceitos.
Dentro desta perspectiva, solicitamos desenvolver eixos como: Protagonismo, Empoderamento, Emancipação e Rede, que atualmente são bastante difundidos pelo próprio programa do governo federal, como: Cultura Viva, Mais Cultura e Pró-Cultura é que vimos solicitar comprometimento da atual prefeitura, Câmara Municipal e Fundação Cultural no que diz respeito a assuntos prioritários como:
- Apoiar, dialogar e aprovar o F.M.A.C – Fundo Municipal para Arte e Cultura de São José dos Campos como a maioria das cidades, tanto de pequeno, médio e grande porte possuem;
- Estabelecer espaços de diálogo com a sociedade civil interessada, como rodas de conversas, reconhecimento de um conselho ou uma comissão municipal de artistas com diferentes grupos temáticos (GTs) para debates sobre Políticas Culturais para o município, principalmente com os indicados para lista tríplice;
- Manter esse diálogo aberto durante todo o exercício da gestão pública, não se furtando ao debate com a comunidade;
- Estabelecer na Lei Orgânica do Município o Plano Municipal de Cultura e realizá-lo;
- Garantir e ampliar a representatividade artística e cultural no Conselho Deliberativo (e que este não seja apenas de caráter consultivo) para pelo menos 9 conselheiros e 18 suplentes (hoje apenas com 3 conselheiros e 6 suplentes);
- Atender questões estabelecidas com a própria Comunidade joseense sobre o Fórum Municipal de Cultura em 2006 e firmadas por ocasião da Conferência Municipal de Cultura;
- Revitalizar, reformar, apoiar, estabelecer parcerias, efetivar construções e reabrir espaços artísticos e culturais no município (Ex.: Teatro Benedito Alves, Vicentina Aranha, Teatrão, Estação de trens e Teatro Ozanan, entre outros);
- Incluir a participação do município de São José dos Campos no Sistema Nacional de Cultura;
- Lançar editais públicos para prêmios, projetos, seminários e eventos artísticos e culturais no município como (Ex.: Prêmios para os mestres de tradição oral, Prêmios para espetáculos em diferentes linguagens, Revelando, FestiVale, Prêmios para projetos sociais de caráter cultural, entre outros);
- Estabelecer parcerias com o governo federal através do MINC – Programa Cultura Viva, para criação de Pontos de Cultura municipais, assim como existem em diversas cidades do estado de São Paulo, como: Guarulhos, Diadema, Mogi, Hortolândia, Campinas e São Carlos, entre outras;
- Estabelecer política cultural afirmativa para patrimônio material e imaterial, priorizando os (as) mestres de tradição oral da Cultura Popular;
- Promover atividades artísticas e culturais priorizando a periferia e comunidades mais vulneráveis socialmente;
- Criar, incentivar e fomentar rádios comunitárias, principalmente aquelas que incluam programas dedicados a educação, cultura, preservação do meio ambiente e divulgação de músicos, compositores e demais artistas da cidade;
- Investir recursos financeiros na transformação do Hospital Vicentina Aranha em pólo de cultura, educação e programas de preservação do meio ambiente;
- Lançar editais para “gerenciamento” em forma de parceria, das casas de cultura (11 no total) e do CET por meio de associações culturais (ONG, OSCIP entre outras) ao invés do modelo vigente;
- Implantar a Escola Livre de Arte e Cultura contemplando as mais diversas linguagens da expressão humana (Teatro, Música, Dança, Artes Visuais, Artesanato, Comunicação, Cultura Popular, Cinema, Fotografia, entre outras), equilibrando assim o forte investimento no campo  “empreendedorismo” e  “tecnológico” existente no município;
- Estimular criação de um selo de estímulo para as empresas que investirem em Arte e Cultura o município e divulgar as logomarcas das mesmas em horário de programa de TV da F.C.C.R;
– Realizar programação constante de apresentações no CET durante todo o
ano com as produções locais (através do edital e/ou fora dele, pela FCCR ou
com a auto organização dos grupos);
– Melhorar a comunicação da FCCR sobre as atividades realizadas com informação atualizada no site, envio de e-mails e correspondência para aqueles que não possuem facilidade de acesso a internet;
– Criar programas de formação para a comunidade artística, monitores de arte, gestores e produtores em todas as linguagens e expressões a fim de qualificar os serviços oferecidos;
– Investir na qualificação, profissionalização e formação gerencial, empresarial da
classe artística e cultural da cidade para melhor representar o município dentro e fora do estado e país;
- Criar programa de parceria entre F.C.C.R para ocupação dos espaços públicos e disponíveis da cidade por grupos artísticos e culturais juridicamente organizados e/ou constituídos;
- Criar um núcleo de artes visuais para apoiar artistas, grupos e instituições, fornecendo cartazes, filipetas e registro em vídeo e qualidade para as produções locais;
- Criar e estimular prêmios de estímulo para a produção artística e cultural local nos moldes do Prata da Casa, Bambolina, Mestres de Tradição Oral, Tuxáua (lideranças artísticas e culturais comunitárias), Educador brincante;
- Realizar diversas apresentações durante a Semana que abrange o Dia do
Teatro, da Música, da Dança, do Folclore, da Criança, da Consciência Negra (de acordo com suas datas comemorativas) em todos os locais possíveis;
- Criar edital para utilização com ensaios, reuniões, saraus e apresentações artísticas e culturais nas Casas de Cultura da FCCR pelos artistas, produtores e grupos locais.
Esta é apenas uma demonstração das diversas contribuições que ainda surgirão a partir da ampliação e promoção do diálogo entre a Fundação Cultural Cassiano Ricardo, Prefeitura e Câmara Municipal de São José dos Campos.
São José dos Campos, 24 de novembro de 2010